Entrevista en Informe de Noticias, género y Poder Judicial
Comparto a continuación la entrevista publicada en el Informe de Noticias de junio (*) de la Secretaría General de Acceso a Justicia:
Comparto a continuación la entrevista publicada en el Informe de Noticias de junio (*) de la Secretaría General de Acceso a Justicia:
Comparto con ustedes una entrevista, en portugués, realizada via e-mail con IHU On-Line (Revista del Instituto Humanitas Unisimos).
Para Diana Maffía, “nenhum movimento emancipatório poderá ser assim considerado se não incluir a luta antipatriarcal entre seus objetivos”
Por: Graziela Wolfart | Tradução: Graziela Wolfart
“As mulheres, por sua mera condição de mulheres, ficarão subalternizadas por um homem hegemônico. Mas esse homem é também rico, branco, educado, capaz, adulto e muitas outras condições que compõem um paradigma ‘androcêntrico’ (centrado na percepção e interesses de um homem poderoso) e não só sexista (…). É importante a consciência contemporânea do feminismo e de muitos movimentos emancipatórios sobre a necessidade de trabalhar em comum contra as múltiplas opressões”. A argumentação é da pesquisadora argentina Diana Maffía, em entrevista concedida por e-mail à IHU On-Line. Ela acredita que “o feminismo latino-americano está cada vez mais comprometido e mais consciente de suas lutas plurais. É muito importante que não nos fechemos a estes debates, porque não podemos falar apenas e simplesmente ‘uma mulher’. Somos o que algumas feministas chamam ‘mulheres com sobrenome’, ou seja, mulheres negras, mulheres indígenas, mulheres pobres, mulheres lésbicas…”.
Diana Maffía é doutora em Filosofia pela Universidad de Buenos Aires – UBA, pesquisadora do Instituto Interdisciplinar de Estudos de Gênero da Universidad de Buenos Aires e diretora do Observatório de Gênero na Justiça, do Conselho da Magistratura da mesma cidade. Sua página pessoal é http://dianamaffia.com.ar/.
Confira a entrevista.
IHU On-Line – Como são geradas as identificações e aspirações humanas com base na dicotomia do feminino/masculino, subjetivo/objetivo e emocional/racional?
Diana Maffía – O pensamento dicotômico é próprio da modernidade, quando se interpretam como condições antagônicas características próprias do ser humano. Segundo esta interpretação, o par de conceitos opostos esgota o universo do discurso (apagando a diversidade). E, além disso, funciona de maneira excludente (uma característica se sobrepõe à custa da outra). Esta interpretação organiza os espaços “público” e “privado” da sociedade, gerando uma vinculação entre o espaço público, a objetividade e a racionalidade, junto ao trabalho produtivo, em uma institucionalidade que é o Estado, por um lado. Por outro lado, há uma vinculação entre o espaço privado, a subjetividade e a emotividade, junto ao trabalho reprodutivo, cuja institucionalidade é a família.
IHU On-Line – Em que sentido a dicotomia entre masculinidade e feminilidade são opostas e hierarquizadas?
Diana Maffía – Ao se interpretar dicotomicamente as sexualidades, o masculino e o feminino aparecem como antagônicos. Mas, além disso, toda diferença se interpreta em termos valorativos como “superior” e “inferior”. Assim, todos os aspectos do público se interpretam (até para algumas vertentes do feminismo) não somente como opostos, mas também como superiores ao “privado”. Quando se identifica o masculino com o público e o feminino com o privado, isso reforça a hierarquia entre homens e mulheres e dá um suporte de racionalidade para o Direito, a ciência e a política. Estas instituições não admitirão mulheres, mas racionalizarão dizendo que, para participar nelas, se requer capacidade de racionalização, abstração e universalidade, o que as mulheres não possuem. É bom dizer que muitos homens também ficarão de fora com esse mesmo argumento (indígenas e afrodescendentes, por exemplo).
IHU On-Line – O que torna as mulheres como seres subalternos por sua condição? E o que as difere e aproxima dos outros seres subalternos?
Diana Maffía – As mulheres, por sua mera condição de mulher, ficarão subalternizadas por um homem hegemônico. Mas esse homem é também rico, branco, educado, capaz, adulto e muitas outras condições que compõem um paradigma “androcêntrico” (centrado na percepção e interesses de um homem poderoso) e não só sexista. É importante a consciência contemporânea do feminismo e de muitos movimentos emancipatórios sobre a necessidade de trabalhar em comum contra as múltiplas opressões. Não podemos (sobretudo na América Latina) desenvolver um feminismo emancipatório que não pense em questões de classe, etnia, cor e idade, por exemplo. Ao mesmo tempo, nenhum movimento emancipatório poderá ser assim considerado se não incluir a luta antipatriarcal entre seus objetivos.
IHU On-Line – Como a senhora percebe o desenvolvimento do feminismo na América Latina nas últimas décadas?
Diana Maffía – Creio que há um grande avanço da autoconsciência e do fortalecimento de nossa percepção como latino-americanas, com nossas próprias identidades e necessidades. O feminismo latino-americano está cada vez mais comprometido e mais consciente de suas lutas plurais. É muito importante que não nos fechemos a estes debates, porque não podemos falar apenas e simplesmente “uma mulher”. Somos o que algumas feministas chamam “mulheres com sobrenome”, ou seja, mulheres negras, mulheres indígenas, mulheres pobres, mulheres lésbicas, e um longo etecetera de subordinações múltiplas.
IHU On-Line – Como as mulheres contemporâneas relacionam a questão de gênero com sua subjetividade e a produção de conhecimento?
Diana Maffía – A epistemologia feminista, desde as últimas três décadas, tem desenvolvido o papel da subjetividade na produção de conhecimento. Não só de conhecimento cotidiano, como também nos padrões mais exigentes da produção científica. A subjetividade das mulheres e a dos homens tem diferenças, e quando se condicionam as características de valoração do conhecimento ao produzido por um grupo limitado de sujeitos, o resultado é excludente para quem não participou da sua construção. Ver a subjetividade não como algo antagônico, mas complementar da objetividade, como um modo de relação entre o sujeito e a construção coletiva da objetividade, permite também abrir outras possibilidades na reflexão epistemológica contemporânea.
IHU On-Line – Quais os principais desafios éticos que se colocam diante do processo criador de um ser vivo, tanto para a equipe médica quanto para os sujeitos envolvidos nos procedimentos?
Diana Maffía – Os problemas contemporâneos da bioética estão sempre vinculados à origem e ao fim da vida humana, e ao sentido social que estes momentos transcendentais adquirem em cada cultura. O debate deve pontuar as diferenças entre “ser vivo”, “ser humano” e “pessoa humana”. Identificar estes três conceitos implica em um pedido de princípio sobre o resultado do debate. Não se pode dizer que “a vida começa com a concepção, com a união de um óvulo com um espermatozoide”, e logo deslizar para o argumento da afirmação de que “o embrião é uma pessoa”.
Nos debates que incluem embriões (aborto, reprodução assistida, congelamento de gametas ou embriões, manipulação genética) é permanente este deslizamento. E também é enganoso restringir o debate ao embrião, quando muitas vezes está em jogo o corpo e a subjetividade das mulheres, inclusive o que se chama “vontade procriacional” dos/as progenitores.
Outro esclarecimento, que deveria se tornar desnecessário se pensarmos em equipes médicas ou comitês de bioética e que acaba relevante pela realidade política de nossos países (Brasil e Argentina), é que os argumentos religiosos têm o limite de sua freguesia, ou seja, só são determinantes para os/as crentes praticantes dessas religiões. De modo que devem ser respeitados, mas de nenhum modo impostos a toda população em países laicos. De outro modo nos converteremos em estados talibãs.
http://www.ihuonline.unisinos.br/index.php?option=com_content&view=article&id=5079&secao=423
La Fundación Leandro N. Alem tiene la gentileza de invitarme a la jornada de Debate y Reflexión pública sobre el “Impacto de la Democratización de la Justicia en las mujeres y niñas”, que se realizara el jueves 16 de mayo de 11:00 a 13.30 hs, en Alsina 1786, piso 3.
El objetivo del Debate es analizar el impacto y las consecuencias que estos cambios del sistema judicial tendrán en la vida de mujeres y niñas. Se espera un debate amplio y abierto entre los participantes, sin presentaciones formales, solo con algunos breves planteos que actuarán como disparadores para el debate identificando las líneas temáticas en que estas consecuencias se entrelazan y vinculan. El grupo de participantes será de alrededor de 40 personas, para favorecer el dialogo, habrá una moderadora y se tomará registro de la sesión a fin de luego poder elaborar una síntesis.
Se elaborará un documento síntesis que sea útil para las mujeres y hombres militantes de partidos políticos, para que puedan explicar esto a la población, en forma clara y comprensible para diversos públicos.
El miércoles 24 de abril a partir de las 17:30hs en la sede de Mario Bravo 1050 de la Universidad de Palermo, se realizará el panel “Feminismos en Discusión”, organizado por el Programa de Género de la Facultad de Derecho y el Observatorio de Género del Consejo de la Magistratura de la Ciudad de Buenos Aires.
La actividad comenzará con la proyección del documental «Breves entrevistas sobre feminismo» con la presencia de la directora, Nuria Becú. El documental busca resaltar la importancia del proceso de reflexión personal en la conformación de las opiniones sobre determinados temas. ¿Por qué pensamos lo que pensamos? ¿Pensaríamos de forma diferente en un contexto distinto? ¿Qué es lo que conforma nuestras opiniones iniciales y qué genera que se modifiquen?
El documental fue declarado de interés para la promoción de los derechos humanos por la Legislatura de la Ciudad de Buenos Aires.
Luego Diana Maffia, Mabel Belucci, Paola Bergallo y Beatriz Kohen conversarán sobre las distintas formas de pensar el feminismo en la teoría, las prácticas y las aspiraciones.
Coordina Agustina Ramón Michel.
Participantes:
Diana Maffia. Doctora en filosofía por la Universidad de Buenos Aires. Feminista parte de Tierra Violeta. Coordinadora del Consejo Académico del Centro de Formación Judicial del Consejo de la Magistratura de la Ciudad de Buenos Aires.
Mabel Belucci. Teórica y activista del feminismo queer. Especialista en Estudios de la Mujer por la Universidad de Buenos Aires y ensayista dedicada a la historia de los movimientos sociales, entre ellas de las mujeres y feministas, en la Argentina.
Paola Bergallo. Profesora de derecho por la Universidad de Buenos Aires. Doctora por la Universidad de Standford. Desde la sociología jurídica, ha trabajado temas vinculados a la salud y los derechos reproductivos.
Beatriz Kohen. Doctora en sociología. Profesora y Directora del Programa de Género de la Facultad de Derecho de la Universidad de Palermo. Una de sus áreas más destacadas es las mujeres en el poder judicial.
Agustina Ramón Michel. Abogada de la Universidad Nacional de Tucumán. Investigadora del Centro de Estudios de Estado y Sociedad (CEDES). Profesora de la Facultad de Derecho de la UP, y candidata doctoral por la misma institución.
La asistencia al evento es abierta, gratuita y requiere inscripción previa en http://www.palermo.edu/derecho/eventos/feminismos.html
Ciclo de conferencias de Filosofía del Derecho
Expositora: Dra. Diana Maffía
Jueves 11 de abril de 2013 a las 18:30hs. en el Salón Verde, Facultad de Derecho (UBA)
Entrada libre y gratuita.
Más información:
Departamento de Filosofía del Derecho, Facultad de Derecho (UBA). Av. Figueroa Alcorta 2263, 1er piso.
Tel: 4809-5628
E-mail: dfiloso@derecho.uba.ar | maefilodere@derecho.uba.ar
Maestría en Filosofía del Derecho